Renda das casas em Portugal subiu 42,1% em dez anos

Com a mobilidade profissional – e até familiar - que existe nos dias de hoje, o mercado de arrendamento torna-se um regime mais atrativo para muitas famílias, dada a sua flexibilidade. E há cada vez mais famílias a optar por arrendar casa em Portugal. Os dados definitivos dos Census 2021, publicados na quarta-feira, dia 23 de novembro, mostram que o número de casas arrendadas em Portugal aumentou 16% nos últimos dez anos. E como a oferta de casas para arrendar não acompanhou a procura, o valor médio das rendas deu o salto de 42,1% numa década.

“Embora a grande maioria dos alojamentos de residência habitual seja ocupada pelo proprietário (70,0%), os alojamentos ocupados em regime de arrendamento viram a sua importância reforçada em 2,4 pontos percentuais (p.p.) [em 2021] face a 2011”, passando a representar 22,3% do total alojamentos ocupados”, destaca o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta quarta-feira com os dados definitivos dos Census 2021, que mostram as principais tendências ocorridas em Portugal na última década.

É na Área Metropolitana de Lisboa onde o regime de arrendamento tem maior expressão, com 29,2% dos alojamentos ocupados por arrendatários. Os elevados preços das casas para comprar, os critérios de concessão de crédito habitação e a rigidez que o mercado de compra e venda apresenta são fatores que podem explicar a maior procura por casas para arrendar tanto na Grande Lisboa, como no país.

Em contraponto, é a região Centro onde existe a menor proporção de casas arrendadas (15,8%), a par da maior percentagem de alojamentos ocupados pelo proprietário (77,3%), destaca ainda o INE.

Quanto custa arrendar casa em Portugal?

Com o número de casas arrendadas a subir 16% em dez anos e a oferta de casas neste mercado a não acompanhar a procura, os valores das rendas subiram – e muito - entre 2011 e 2021.

“No que diz respeito aos alojamentos arrendados, o valor médio mensal da renda era em 2021 de 334 euros, o que representa um acréscimo de 42,1% face ao valor registado em 2011 (235 euros)”, destaca o gabinete de estatística português.

E este aumento do valor médio mensal da renda verificou-se em todas as regiões do país. É na Área Metropolitana de Lisboa que o valor das rendas de casa é mais elevado (valor médio mensal de 403 euros). No extremo oposto está o Alentejo, sendo esta a região do país onde o custo com o arrendamento das casas é mais baixo, com um valor médio de 261 euros de renda mensal.