Mercado Imobiliário

Preço das casas subiu onde a população mais cresceu na última década

O custo de comprar habitação escalou, desde 2019, nos 20 municípios que ganharam mais habitantes entre 2011 e 2021.
31 mai 2023 min de leitura

Mais habitantes, casas mais caras. A demografia e o imobiliário andam de mãos dadas. A mobilização das famílias para as cidades, vilas ou aldeias de Portugal, implica a procura de uma casa nova para viver, gerando novas dinâmicas nos negócios imobiliários. E este movimento cria uma pressão adicional sobre o mercado residencial destes municípios que têm uma oferta estruturalmente escassa, levando a que haja uma subida dos preços das casas. É precisamente esta relação entre demografia e preço da habitação que é bem visível nos 20 municípios onde a população mais cresceu entre 2011 e 2021, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) analisados pelo idealista/news. Em resultado, as receitas com a venda de imóveis mais que duplicaram nestes municípios.

Portugal vive um sério problema demográfico, caracterizado por uma baixa natalidade. Mas a boa notícia é que a chegada de migrantes ao nosso país tem ajudado a equilibrar a balança. Os dados do INE revelam que a população residente em Portugal cresceu 0,26% face ao ano anterior, registando 10.421.117 habitantes em 2021. Este foi terceiro ano consecutivo que se observou um aumento populacional no nosso país.

Mas face a 2011, a realidade é outra: a população residente em Portugal recuou cerca de 2%, tendo perdido 219.112 habitantes em dez anos. E esta é uma realidade visível em quase todo o país. No Norte (-2,79%), Centro (-4,32%), Alentejo (-6,97%), nos Açores (-4,2%) e na Madeira (-6,36%) registou-se uma perda de população residente na última década. Olhando para os 308 municípios, salta à vista que a grande maioria têm, hoje, menos habitantes. Os casos mais preocupantes são o de Barrancos e de Nisa, no interior do Alentejo, onde a população encolheu mais de 20% em dez anos, tal como em Tabuaço e Torre de Moncorvo, no interior Norte.

Esta não é, contudo, uma tendência observada em todo o país. O crescimento da população nos últimos anos em Portugal tem sido desigual. E prova disso é o aumento de habitantes no Algarve (3,62%) e na Área Metropolitana de Lisboa (1,71%) em 2021 face a 2011. Também são estas regiões que têm maior proporção de estrangeiros residentes, segundo mostram os dados do Censos 2021:

  • 14,53% dos 467.343 habitantes da região algarvia são de nacionalidade estrangeira (ou seja, 67.904 pessoas);
  • 8,86% dos 2.870.208 residentes na Grande Lisboa são estrangeiros (254.300 pessoas).

Se olharmos para a realidade demográfica do país à lupa, salta à vista que a população só cresceu em 50 concelhos. E é precisamente nos distritos de Faro, Setúbal e Lisboa que se concentram os municípios que registaram maior aumento populacional entre 2011 e 2021, revelam ainda os dados do Censos. O maior aumento de todos foi mesmo registado em Odemira (13,3%), um concelho no litoral alentejano, onde agora vivem quase 30 mil pessoas. Logo a seguir está Mafra, registando um aumento populacional de 12,8% para mais de 86 mil habitantes.

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